domingo, 14 de dezembro de 2008

1901

Jean Henri Dunant
(8 de Maio de 1828, Genebra — 30 de Outubro de 1910), também conhecido como Henry Dunant ou Henri Dunant, foi um filantropo fundador da Cruz Vermelha.
Recebeu o Prémio Nobel de Paz em 1901, juntamente com Frédéric Passy.
Inicialmente um homem de negócios, foi representante de uma companhia genovesa. Enfrentando alguns problemas no que diz respeito à exploração das terras e numa tentativa de solução desses mesmos problemas, decidiu dirigir-se pessoalmente ao imperador francês Napoleão III, que na época se encontrava em Itália dirigindo o exército francês que juntamente com os italianos tentava expulsar os austríacos do território italiano. Ao presenciar o sofrimento na frente de combate na Batalha de Solferino em 1859, Dunant organizou de imediato um serviço de primeiros socorros. Desta sua experiência resultou o livro Un souvenir de Solferino, publicado em 1862, onde sugeria a criação de grupos nacionais de ajuda para apoiar os feridos em situações de guerra, e propunha a criação de uma organização internacional que permitisse melhorar as condições de vida e prestar auxílio às vítimas da guerra.
Em 1863 fundou a Cruz Vermelha Internacional, reconhecida, no ano seguinte, pela Convenção de Genebra.
De personalidade altruísta, Dunant não teve sorte nos seus negócios, acabando por se isolar em Heiden, na Suíça. Após adoecer, esteve internado no hospital desta vila Suíça, onde veio a falecer em 1910.
Entre outros prémios, Dunant recebeu de Portugal a Ordem de Cristo, em 1897.
Humanistarista e homem de negócios suíço nascido em Genebra, um dos primeiros vencedores do Prêmio Nobel da Paz (1901) como o filantropo fundador da Cruz Vermelha Internacional (1863) e promotor da Convenção de Genebra (1864), dividido com o pacifista francês Frédéric Passy. De uma família de forte tradição religiosa, teve educação humanitária e cívica. Dedicou grande parte de sua juventude a atividades religiosas até que passou a viver tempo integral como representante da Associação Cristã dos Homens Jovens e viajou pela França, Bélgica e Holanda. Na idade adulta tornou-se um grande homem de negócios como representante de uma companhia genovesa, a Companhia das Colônias de Sétif na África do Norte e Sicília. Enfrentando alguns problemas em um negócio de exploração das terras, dirigiu-se pessoalmente ao imperador francês Napoleão III, que na época se encontrava em Itália comandando o exército francês em apoio aos italianos na tentativa de expulsar os austríacos do território da Itália. Ao presenciar o sofrimento na frente de combate na Batalha de Solferino (1859), organizou de imediato um serviço de primeiros socorros. Desta sua experiência resultou o livro Un souvenir de Solférino (1862) onde sugeria a criação de grupos nacionais de ajuda para apoiar os feridos em situações de guerra e propunha a criação de uma organização internacional que permitisse melhorar as condições de vida e prestar auxílio às vítimas da guerra. Em seguida participou da comissão criada pela Société genevoise d'utilité publique (1863) para estudar a viabilidade da proposta que resultou na fundação da Cruz Vermelha Internacional, reconhecida, no ano seguinte, pela Convenção de Genebra. De personalidade altruísta e com seus negócios em declínio de pois da quebra da Sétif (1867-1875), acabou por se isolar em Heiden (1895), próxima de Genebra, na Suíça e posteriormente internado no hospício desta vila suíça, veio a falecer. Entre outros prêmios, recebeu também a Ordem de Cristo de Portugal (1897) e publicou outros livros como Notice sur la Régence de Tunis (1858), L'Esclavage chez les musulmans et aux États-Unis d'Amérique (1863).

Frédéric Passy
Político pacifista e jurista de formação francês nascido em Paris, onde viveu os noventa anos de sua vida, um dos dois primeiros laureados com o Prêmio Nobel da Paz (1901) por ter sido o presidente fundador da primeira organização pacifista de seu país, a Société Française pour la Paix, dividido com o genovês Jean Henri Dunant. De uma família de tradição na administração civil francesa, um seu tio, Hippolyte Passy (1793-1880), integrou o gabinete de Louis Philippe e Louis Napoleon, formou-se em leis e entrou na administração civil aos vinte e dois como um contador no Conselho Estatal, e depois que três anos passou a estudar economia. Publicou sua primeira obra como um economista teórico com Mélanges économiques (1857), uma coleção de composições que lhe deu reputação acadêmica na Universidade de Montpellier, onde publicou mais outros volumes dissertando em assuntos econômicos. Por estas contribuições, foi eleito (1877) para a Académie de sciences morales et politiques, do Institut de France. Fundou a Ligue Internationale de la Paix (1867), depois a Société d'arbitrage entre les Nations, aceita pela ONU (1870). Foi eleito para a Câmara de Deputados (1881), reeleito (1885) mas derrotado na eleição seguinte (1889). Na Câmara ele apoiou legislação favorável para trabalho, especialmente um ato relativo a acidentes industriais, contrário a política colonial do governo, traçou uma proposta para desarmamento, e apresentou uma resolução em que pedia arbitragem para disputas internacionais. Co-fundador de l'Union Internationale pour la paix com o também Prêmio Nobel da Paz (1903) William Randal Cremer (1828-1908), uma comissão parlamentar bi-partite para reaproximação França-Inglaterra (1889), morreu em Neuilly-sur-Seine. Em sua obra escrita também destacaram-se Leçons d'économie politique (1861), La Démocratie et l'instruction: Discours d'ouverture des cours publics de Nice (1864), Les Machines et leur influence sur le développement de l'humanité (1866), Malthus et sa doctrine (1868), l'Histoire du travail: Leçons faites aux soirées littéraires de la Sorbonne (1873), De la propriété intellectuelle (1859), La démocratie et l'instruction (1864) e Peace Movement in Europe (1896), Pour la paix: Notes et documents (1909) e Sophismes et truismes (1910).

1902

Élie Ducommun
Jornalista, conferencista eloqüente, poeta pacifista e histórico maçon suíço nascido em Genebra, secretário honorário do Secretariado Internacional da Paz, em Berna, e Prêmio Nobel da Paz (1902), dividido com Charles Albert Gobat. Filho de um fabricante de relógios, desde cedo mostrou-se talentoso e de notável inteligência e completou os estudos básicos na Académie de Genève aos dezessete anos e passou a trabalhar como tutor para uma família rica da Saxônia, onde permaneceu durante três anos e ficou especialista no idioma alemão. Ao voltar a Genebra, ensinou escolas públicas durante dois anos e, aos vinte e dois anos, começou (1855) sua carreira jornalística trabalhando na redação de um diário político, o Revue de Genève. Dez anos depois (1865) mudou-se para Berna onde ele fundou o diário radical, Der Fortschritt, também foi publicado em francês com o título de Progrès. Continuando no jornalismo começou a editar (1868) a folha de notícias Les États-Unis d'Europe, publicada pela Ligue internationale de la paix et de la liberté, editou Helvétie (1871-1872) e depois (1891) tornou-se chefe da Permanent Peace Bureau, onde preparou e editou importantes folhetos, relatórios, notícias, jornais, especialmente para as sociedades de paz e os congressos de paz internacionais. Também foi uma importante figura política e um grande executivo empresarial. Em Genebra foi membro do Conselho Principal durante nove anos (1956-1965), vice-chanceler (1857) e chanceler do cantão de Genebra (1862) e em Berna foi membro do Conselho Principal durante dez anos. Durante muitos anos (1875-1903) foi secretário-geral da via férrea de Jura-Berna-Lucerne, depois de uma fusão chamada de linha Jura-Simplon, aposentando-se do cargo quando da sua estatização (1903). Morreu aos 73 anos de uma doença nos pulmões e coração, em Berna. Entre suas publicações destacaram-se Derniers sourires: Poésies précédées d'une notice biographique (1908), Discours sur l'œuvre de la paix prononcé à Genève (1893), Précis historique du mouvement en faveur de la paix (1899) e Sourires: Poésies (1887).

Charles Albert Gobat
Suíço nascido em Tramelan, Prêmio Nobel da Paz (1902) como secretário honorário do Secretariado Internacional da Paz em Berna, dividido com Élie Ducommun. Filho de um pastor protestante e o sobrinho de Samuel Gobat, um destacado missionário que se tornou o bispo de Jerusalém, foi um estudante brilhante e passou pelas universidades de Basel, Heidelberg, Berna e Paris, e obteve seu doutorado em leis, summa cum laude, em Heidelberg (1867). Abriu um escritório em Delémont, cantão de Berna, e dedicou integralmente os quinze anos seguintes a prática e ao estudo dos direitos, inclusive com uma dissertação em direito civil francês, na Universidade de Berna. Depois (1882), passou a se interessar crescentemente por política e educação. Foi superintendente de instrução pública para o cantão de Berna durante trinta anos, comportando-se como um liberal e reformador moderado. Em sua gestão em que reformou o sistema de treinamento primário, deu maior apoio orçamentário para melhorar a relação professor-aluno, apoiou o estudo de idiomas vivos e incentivou a alternativa para a educação clássica e estabeleceu currículos com treinamentos vocacional e profissional. Pessoalmente desenvolveu estudos relacionados com a história e ganhou reputação com a publicação do estudo erudito République de Berne et la France pendant les guerres de religion (1891) e muita popularidade com o L'Histoire de la Suisse racontée au peuple (1900). Na política foi eleito para o Conselho Principal de Berna (1882), presidente do governo cantonal (1886-1887), enquanto era membro do Conselho de Cantões da Suíça (1884-1890). a partir de então (1890) até sua morte, foi membro do Conselho Nacional, a outra câmara do corpo de legislativo central suíço. Presidiu a quarta conferência da Interparliamentary Bureau, em Berna, e patrocinou (1902) mudanças no princípio de arbitragem para tratados comerciais e concordou em inserir em todos os tratados comerciais, como em acordos alfandegários, uma cláusula que exigia que as partes interessadas ficassem submetidas ao Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia, em qualquer disputa que poderia surgir durante a operação cotidiana do tratado. Morreu em plena atividade de um colapso fulminante, em Berna, deixando uma obra escrita com outros livros como Croquis et impressions d'Amérique (1904), Développement du Bureau international permanent de la paix (1910) e Cauchemar de l'Europe (1911).

1903

William Randal Cremer
Sir William Randal Cremer (18 March 1828 – 22 July 1908) usually known by his middle name "Randal", was an English Liberal Member of Parliament and pacifist.
Cremer was elected as the Secretary of the International Workingmen's Association in 1865, but resigned two years later.
He was Liberal Member of Parliament (MP) for Haggerston in the Shoreditch district of Hackney from 1885 to 1895, and from 1900 until his death.
Cremer won the Nobel Peace Prize, the first to do so solo, in 1903, mainly for his work in international arbitration, and particularly the 1897 Anglo-American arbitration treaty. He co-founded the Inter-Parliamentary Union and the International Arbitration League.
He also won the French Légion d'honneur, the Norwegian Knighthood of Saint Olaf and was knighted in 1907.
Cremer moved to London in 1852. There his capacity for administration was recognized in 1858 when, at the age of thirty, he was elected to a council of those running a campaign for the nine-hour day; later in that year he was one of seven who directed labor during a lockout of 70,000 men. He was instrumental in forming a single union for his trade: the Amalgamated Society of Carpenters and Joiners; he participated in the formation of the International Working Men's Association but withdrew his support when the Association was taken over by more revolutionary thinkers.
Inevitably, it occurred to Cremer that labor should be actively represented in Parliament. He stood for Warwick in 1868 on a liberal platform calling for the vote by ballot, compulsory education, Irish disestablishment, direct taxation, land reform, amendment of the laws governing labor unions, creation of courts of conciliation to handle labor-management disputes and of international boards of arbitration to adjudicate disputes among nations. He was defeated then and again in 1874. But after the third Reform Bill of 1885 created the new constituency of Haggerston in suburban London, which consisted almost entirely of workingmen, he was elected to Parliament in 1885, 1886, and 1892. Defeated in 1895, he was reelected in 1900, retaining his seat until his death.Cremer used his power as a member of Parliament and his prestige as a labor leader to advance his passionate belief that peace was the only acceptable state for mankind and arbitration the method by which it could be achieved. A committee of workingmen which he formed in 1870 to promote England's neutrality during the Franco-Prussian conflict became the Workmen's Peace Association in 1871 and it, in turn, provided the keystone for the International Arbitration League, an association to which he thereafter contributed both his time and his money.
In 1887, two years after entering Parliament, Cremer secured 234 signatures of members of Commons to a resolution addressed to the President and the Congress of the United States urging them to conclude with the government of Great Britain a treaty stipulating that disputes arising between the two governments which defied settlement by diplomacy should be referred to arbitration. In that same year Cremer, heading a delegation of British statesmen, presented the resolution to President Cleveland.
The resolution excited the interest of Frédéric Passy and other French deputies who invited Cremer and his colleagues to an exploratory meeting in Paris in 1888. As a result of this meeting the Interparliamentary Union2 was formed and its first meeting held in Paris in 1889, with representatives from eight nations in attendance. Cremer was elected vice-president of the Union and secretary of the British section.
Cremer was a lonely man: his first wife died in 1876, his second in 1884; there were no children. He lived simply, enjoyed nature, worked long hours. He was also a generous man. The cash value of the Nobel Peace Prize in 1903 was about £8,000. He immediately gave £7,000 to the League of which he was secretary and later an additional £1,000.

1904

Instituto de Direito Internacional
O Instituto de Direito Internacional (do francês Institut de droit international) é uma organização internacional privada voltada para o estudo e desenvolvimento do direito internacional.
A instituição é formada por 72 associados, 60 membros e 13 membros honorários. Os membros são convidados a fazer parte da organização devido a algum trabalho científico notável em direito internacional e também não devem possuir vinculação política. A intenção da organização é reunir membros que representem cada país do mundo. Alguns de seus membros são juízes do Tribunal Penal Internacional.
Reuniões bienais são realizadas para estudar o direito internacional vigente naquele momento. Essas discussões não são focadas em casos particulares. Por tratar de temas amplos envolvendo direito internacional, como direitos humanos e resolução pacífica de conflitos através, o Prêmio Nobel da Paz de 1904 foi laureado a esta organização.
A sede atual é em Grez-Doiceau, província de Brabante Valão na Bélgica. O endereço da sede muda conforme a origem do Secretário-Geral da organização. Sua próxima reunião será realizada em outubro de 2007 na cidade de Santiago, Chile, e será presidida por Orrego Vicuña.

1905

Bertha von Suttner
A Baronesa Bertha Felicie Sophie von Suttner (Praga, 9 de Junho de 1843 - 21 de junho de 1914) foi uma escritora, pacifista e compositora de música austro-húngara.
Nascida com o nome de Bertha Felicie Sophie Gräfin Kinsky von Wchinitz und Tettau, o seu pai era o Marechal-de-Campo e Conde Franz Graf Kinsky von Wchnitiz und Tettau, que faleceu pouco antes de seu nascimento. Aos 30 anos de idade, ainda solteira, conseguiu uma colocação como dama-de-companhia e preceptora de quatro filhas e um filho do Barão von Suttner, em Viena. Apaixonou-se pelo filho, Arthur von Suttner, e foi obrigada pela família dele a deixar a casa. Estudou música, com especialização em óperas e línguas.
Em 1875, foi para Paris como secretária do industrial sueco Alfred Nobel. Depois de curta permanência lá, retornou a Viena para casar-se secretamente com Arthur von Suttner. A pressão da família do Barão obrigou-os a afastar-se de Viena, e foram então para o Cáucaso, onde se mantiveram por nove anos ministrando aulas de música e publicando livros. Escreveu ainda quatro novelas e lançou seu primeiro livro Inventarium einer Seele - Inventário de uma Alma, com ideias corroboradas por autores evolucionistas como Darwin e Spencer, incluindo o conceito social de paz. Dessa época é o livro Es Löwos, uma descrição poética de sua vida.
Em 1885, obtido o perdão da família do esposo, retornaram para a Áustria-Hungria, onde Bertha von Suttner escreveu a maioria de seus livros, incluindo muitas novelas. Sua vida foi orientada quase que unicamente para a literatura.
Em 1889, publicou anonimamente obra contendo um ciclo de conferências utópicas, que intitulou Das Maschinenzeitalter - A Idade das Máquinas, que foi criticada por muitos por seu nacionalismo exacerbado e excessivas menções a armamentos. Em seguida, apareceu o romance Die Waffen nieder! Abaixo as Armas!, que teve muito sucesso e foi traduzido para diversas línguas. Esse romance deu-lhe fama e popularidade junto ao movimento pacifista.
Em 1891, ajudou a organizar o primeiro Congresso Internacional de Paz, em Viena. Além disso, fundou a Sociedade Austríaca dos Amigos da Paz e foi eleita Vice-Presidente do Escritório Internacional da Paz, durante o 3º Congresso Mundial da Paz, em Roma.
Em 1892, fundou, juntamente com A. H. Fritar, um jornal denominado Die Waffen nieder! Abaixo as Armas!, dedicado à Paz, que circulou até 1899, quando foi substituído pelo jornal Friedenswarte, para o qual fez contribuições até sua morte. Nesse ano comprometeu-se com Alfred Nobel a mantê-lo informado do processo mundial de paz.
Bertha von Suttner, junto com seu marido, trabalhou duramente para a sustentação do Czar ao ajudá-lo na organização, desde um manifesto até a Conferência de Paz da Haia de 1899, arranjando reuniões públicas, dando forma aos comitês.
Embora golpeada pela morte de seu marido em 1902, continuou a trabalhar em prol da paz mundial.
Em 1905 foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel da Paz. Nos anos que seguiram fez parte proeminente do comitê anglo-alemão da juventude para a paz, dando forma ao congresso de paz de 1905.
Um de seus últimos esforços pelo movimento pacifista foi feito em 1912 quando, com quase setenta anos, fez uma segunda viagem de conferências pelos Estados Unidos.
Em agosto de 1913, afetada pela doença, a baronesa falou no congresso internacional da paz na Haia, na ocasião em que foi homenageada com o prêmio "generalíssimo" do movimento da paz. Nesse mesmo ano foi filmado o romance "Die Waffen nieder!" (Abaixo as armas!).
Em maio de 1914 ainda fez preparos para o 23º Congresso Mundial da Paz. Mas morreu antes, em 21 de junho de 1914 de câncer, dois meses antes do começo da Primeira Guerra Mundial.
De acordo com seu desejo, foi cremada em Gota e suas cinzas espalhadas ao vento.

1906

Theodore Roosevelt
Theodore "Teddy" Roosevelt, Jr. (27 de outubro de 1858, Nova York - 6 de janeiro de 1919, Nova York) foi um estadista, o 25° vice-presidente e o 26° (1901-1909) presidente dos Estados Unidos da América.
Em sua vida acadêmica estudou direito nas universidades de Harvard e de Columbia.
Início da carreira política
Aos 23 anos optou pela carreira política, sendo eleito deputado na Assembléia Legislativa do estado de Nova York.
Em 1898, abandonou o cargo subsecretário da Marinha norte-americana que ocupava quando iniciou a guerra contra a Espanha. Organizou e liderou o primeiro corpo voluntário de cavalaria, conhecido como Rough Riders, atuando em algumas batalhas em Cuba.
De governador a presidente
Roosevelt elegeu-se governador do estado de Nova York. Participou como candidato a vice-presidente na chapa de William McKinley eleito presidente dos Estados Unidos. McKinley foi assassinado em 1901 e Roosevelt assumiu a presidência do país.
Como presidente introduziu medidas de controle antimonopolista atuando como mediador na greve de mineiros de 1904.
Em 1904 foi eleito presidente dos Estados Unidos, desta vez atuou de forma expressiva na criação de reservas minerais e naturais para promover o desenvolvimento a todo custo do país. Investiu e fortaleceu a Marinha e o Exército.
O "Big Stick"
A família de Roosevelt em 1903, com Quentin Roosevelt na esquerda, TR, Theodore Jr., Archie Roosevelt, Alice Roosevelt, Kermit Roosevelt, Edith Kermit Roosevelt, e Ethel Roosevelt Derby.
Sua política externa ficou conhecida como "Big Stick" (grande porrete) devido à frase Speak softly and carry a big stick (Fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete), inspirada num provérbio africano, que norteava sua posição.
Mediante esta doutrina, Roosevelt fortaleceu o país com uma indústria e um comércio agressivos cuja política visava a protegê-lo a todo custo. Acreditava que apenas os países fortes sob todos os aspectos sobrevivem.
Prevendo a tentativa de intervenção européia na Venezuela e na República Dominicana, elaborou um plano chamado de Corolário Roosevelt à Doutrina Monroe. Esta estratégia visava a proibir intervenções não-norte-americanas na América Latina, afirmando que os Estados Unidos proibiam a intervenção de quaisquer países nas Américas que não fossem eles próprios e assumiam a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações internacionais desses países transformando-os em protetorados.
O canal do Panamá
Os Estados Unidos planejavam construir um canal ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, pois o transporte por terra mesmo através de estradas de ferro encarecia o preço e diminuía a competitividade dos produtos norte-americanos. O motivo, puramente comercial, era facilitar o transporte de seus produtos da costa leste para a costa oeste e vice e versa, além de encurtar o caminho para o oriente dos produtos da costa leste, e para a Europa os produtos da costa oeste.
Após levantamentos, as empresas construtoras norte-americanas e inglesas chegaram à conclusão de que a melhor rota para a obra seria na região do Panamá na Colômbia. Por uma questão de soberania nacional, a Colômbia não aceitava a construção de um canal por empresas americanas ou inglesas em seu território.
O governo americano então iniciou uma campanha visando a uma guerra separatista na Colômbia. Criou através de financiamentos grupos separatistas. Promovendo a separação do país em dois, ou seja, por razões puramente econômicas conseguiu separar a região do Panamá em relação ao território da Colômbia. Assegurando desta forma o controle norte-americano sobre a região para a construção do futuro canal do Panamá.
As invasões da República Dominicana e Cuba e as tentativas de intervenção
Em 1905 praticou a intervenção militar na República Dominicana. Em 1906 invadiu Cuba por motivos torpes.
Roosevelt tentou invadir e criar desestabilizações em países mais desenvolvidos que os da América central, financiando e incentivando a ida de empresas estado-unidenses de cunho totalmente extrativista à outras regiões, inclusive para a América do Sul, no Brasil e na Argentina. Além disso intervir na Ásia, mas foi suficientemente cauteloso no trato com potências mais desenvolvidas, mediando as negociações de paz relativas à guerra russo-japonesa de 1904-1905 cujo objetivo era equilibrar os poderes no leste da Ásia favorecendo assim seu comércio.
Prêmio Nobel da Paz
Em 1906, foi o primeiro americano a receber o Prêmio Nobel da Paz.
O abandono da política
Quando acabou o seu mandato, Roosevelt apoiou William Howard Taft para a presidência dos Estados Unidos. A questão era que Taft era extremamente conservador e Theodore Roosevelt acabou se opondo à sua política. Desta forma houve uma cisão no Partido Republicano e o enfrentamento pessoal com Taft. Candidato pelo Partido Progressista, Roosevelt perdeu as eleições de 1912 para o democrata Woodrow Wilson
.

1907

Ernesto Teodoro Moneta
Jornalista idealista e político pacifista italiano nascido em Milão, então no Império Austríaco, que foi um dos presidente da Liga Lombarda pela Paz e vencedor do Prêmio Nobel da Paz (1907) por seu trabalho como presidente da L.L.P, que ele ajudara a fundar (1887), dividido com Louis Renault (1843-1918). De uma família de milaneses aristocráticos decadentes, passou sua infância em duas casas rurais em onde a família empobrecida vivia sem luxo. A idade de quinze anos foi profundamente afetado pelas experiências da insurreição contra a Áustria, quando lutou ao lado do pai para defender a casa familiar dele e viu de perto a morte de três soldados austríacos. Esta experiência foi provavelmente a motivação de sua advocacia pela paz, porém com um nacionalismo próprio dele. Lutou muito tempo pelos esforços para independência italiana e sua unificação (1848-1866), lutando (1859-1860) com Garibaldi e depois como ajudante-de-campo do General Sirtori. Desiludido com a campanha militarista abandonou uma promissora carreira no exército (1866) e voltou a vida de civil, embora permanecesse pessoalmente leal a Sirtori. Passou a contribuir para jornal diário Il Secolo, fundado (1866) por Edoardo Sonzogno, no qual foi editor (1867-1895). No jornalismo e como editor de Il Secolo mostrou todo o seu dinamismo e idealismo e alimentou sua veia pacifista. Além da L.L.P, ajudou a fundar várias instituições pacifistas de durações efêmeras. Criou um almanaque anual chamado L'Amico della pace (1890) e depois de sua aposentadoria como editor de Il Secolo (1895), continuou contribuindo com colunas e artigos para folhetos e periódicos. Tornou-se representante italiano na Comissão da Agência de Paz Internacional (1895) e fundou uma revista quinzenal, La internazionale de Vita (1898), que ganhou muito prestígio na Itália. Ensinou na Universidade Popular da Itália e planejou e construiu o Pavilhão para Paz na Exposição Internacional de Milão (1906) durante a qual presidiu o décimo quinto Congresso de Paz Internacional. Sofrendo de glaucoma (1900-1918), não chegou a cegueira total e sucumbiu de pneumonia à idade de oitenta e cinco anos, em Milão. Entre outras publicações suas destacaram-se Patria e umanità (1899), Irredentismo e gallophia (1903), Le guerre, le insurrezioni e la pace nel secolo decimonono (1903-1910), La nostra pace (1909), Dal presente all' avvenrie (1913) e L'ideale della pace e la patria (1913).

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1994

Yasser Arafat
Yasser Arafat (Cairo, 24 de Agosto de 1929 — Clamart, 11 de Novembro de 2004) foi o líder da Autoridade Palestiniana, presidente (desde 1969) da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), líder da Fatah, a maior das facções da OLP, anteriormente uma organização terrorista, e co-detentor do Prémio Nobel da Paz.
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini, também conhecido como Abu Ammar, Arafat foi um dos sete filhos de um comerciante. O estabelecimendo da data e local de nascimento de Arafat são controversos. O seu registro de nascimento indica que ele nasceu no Cairo, Egipto, a 24 de Agosto de 1929. No entanto, alguns ainda tomam por verdadeira a afirmação de Arafat de que nasceu em Jerusalém a 4 de Agosto de 1929.
Arafat viveu a maior parte da sua infância no Cairo, com a excepção de quatro anos (após a morte de sua mãe, entre os seus 5 e 9 anos) em que ele viveu com o seu tio em Jerusalém.
Ele frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos seus tempos de estudante, ele aderiu à Irmandade Islâmica e à associação de estudantes, da qual foi presidente entre1952 e 1956.
Ainda durante a sua estadia no Cairo, ele desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin Al-Husseini, também conhecido como o Mufti de Jerusalém. Em 1956, Arafat serviu no exército egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional Palestiniano no Cairo em 3 de Fevereiro de 1969 Arafat foi nomeado líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Arafat casou-se já nos seus anos mais tardios com uma Palestiniana cristã. Sua esposa, Suha Arafat, deu à luz uma criança do sexo feminino (Zahwa). A sua esposa e filha vivem actualmente em Paris. Suha Arafat tornou-se recentemente cidadã francesa.
A criação da Fatah
Após a crise do Suez, Arafat foi viver no Kuwait, onde encontrou emprego como engenheiro e acabaria por fundar a sua própria empresa. No Kuwait ele esteve também envolvido na criação da Fatah, uma organização dedicada ao estabelecimento de um estado palestiniano independente e à destruição de Israel. Em 1963, a Fatah foi contratada pela Síria, para levar a cargo a sua primeira operação militar - fazer explodir uma bomba de água em Dezembro de 1964. O ataque foi um falhanço. No entanto, após a Guerra dos Seis Dias de 1967, os governos árabes ganharam um interesse maior pelas organizações palestinianas, uma das quais a Fatah.
Durante a década de 1980, Arafat recebeu o apoio de Saddam Hussein, o ditador do Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada por uma derrota militar. Este apoio veio em bom tempo, e coincidiu com o início da Primeira Intifada, que teve lugar em Dezembro de 1987. Dentro de poucas semanas, Arafat estava em controlo dos motins (em contrário das suas afirmações de que o seu início tinha sido espontâneo), e foi sobretudo devido à acção das forças da Fatah na Cisjordânia que os distúrbios continuaram por tanto tempo.
Entretanto foi levado a cabo o Acordo de Paz de Oslo de 1993, que estipulava a implementação da auto-administração Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza num período de cinco anos. No ano seguinte, numa decisão controversa, Arafat recebeu o Prémio Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak Rabin. Em 1994, Arafat deslocou-se para a Autoridade Palestiniana (AP) - a entidade provisional criada pelos acordos de Oslo. Na sequência dos Acordos de Oslo, decorreram em 1996, as primeiras eleições para a presidência da ANP e para o Conselho Legislativo da Palestina, onde Arafat foi eleito Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, a entidade criada pelos acordos.
Yasser Arafat, morreu dia 11 de Novembro de 2004 às 3h30, aos 75 anos, com falência múltipla dos órgãos, após treze dias internado no hospital militar Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris, de acordo com Christian Estripeau, porta-voz do hospital. A morte de Arafat, o mais importante líder palestino, marca o fim de uma era de resistência e enfrentamentos com os israelenses para a criação de um Estado palestino no Oriente Médio. Considerado um líder de intenções dúbias pelos israelenses, Arafat não preparou um sucessor e se mostrou relutante em ceder poderes. Arafat afirmava que era o principal empecilho para pôr fim ao conflito israelo-palestino.
Shimon Peres
Shimon Peres (Wiśniewo, 2 de agosto de 1923) é um político israelense, ex-membro do Partido Trabalhista. Ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1994. É o actual presidente de Israel.
Shimon Peres foi primeiro-ministro de Israel nos períodos de 1984 a 1986 e 1995 a 1996 e co-fundador do Partido Trabalhista israelense (1968).
Shimon Peres foi eleito a 13 de Junho de 2007 para exercer o cargo de presidente de Israel, tomando posse a 15 de Julho de 2007.
Em 1993 Israel ainda participava das Conversações em Madrid que não avançavam e não apresentavam quaisquer resultados.
Yossi Beilin informou a Peres sobre a existência de negociações secretas com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e este compartilhou a informação com Yitzhak Rabin. Em Agosto de 1993 Peres e Mahmoud Zeidan Abbas assinaram o primeiro acordo em Oslo.
Em Setembro de 1993 foi assinado na Casa Branca o Acordo de Paz de Oslo.
No ano seguinte, Shimon Peres recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat.
Em 1993 Peres publicou seu livro "O Novo Oriente Médio". Neste livro, ele transmite sua visão sobre o futuro do Oriente Médio, no qual interesses nacionais e económicos seriam os guardiães da Paz nesta zona.
O nome do livro passou a ser uma expressão utilizada, em especial por parte dos direitistas de Israel, como fantasia irreal e contra as ideias contidas neste livro.

Acordo de paz de Oslo
O acordo de paz de Oslo foi o primeiro acordo celebrado cara-a-cara entre israelitas e palestinianos. Foi inicialmente assinado em Oslo, na Noruega, a 20 de Agosto de 1993 e subsequentemente oficializada a sua assinatura numa cerimónia pública em Washington a 13 de Setembro do mesmo ano entre Yasser Arafat e Yitzahk Rabin mediados por Bill Clinton que se comprometiam a realizar esforços para a realização da paz entre os dois povos. Em suma, o Acordo de Oslo deu origem a uma retirada faseada das forças militares israelitas da Margem Ocidental, ao estabelecimento de uma autoridade governamental palestiniana, com membros eleitos, e a um período transitório que duraria cinco anos, durante o qual seriam negociados os assuntos mais difíceis e mais específicos. As questões sobre Jerusálem, os refugiados, os colonatos, a segurança e as fronteiras seriam debatidas num estágio mais avançado. Já a questão da governação seria dividido por áreas.
Uma Área A em que o controle total estaria a cargo da Autoridade Palestiniana; Área B o controle civil caberia á Autoridade Palestiniana e o controlo civil seria realizado pelas autoridades israelitas; Área C em que a autoridade era completamente exercida por parte de Israel.

1995

Józef Rotblat
Józef Rotblat (ou Joseph Rotblat) (Łódź, 4 de Novembro de 1908 - Londres, 31 de Agosto de 2005) foi um físico britânico de família judaica de origem polaca. Foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1995, em conjunto com a organização de luta contra as armas nucleares, a Pugwash, de que foi um dos fundadores.
Em 1939 foi para a Universidade de Liverpool e depois participou mo Projeto Manhattan (Que desenvolveu as bombas atómicas lançadas no Japão).
Em 1957, participou na fundação da Conferência Pugwash sobre a Ciência e Assuntos Internacionais, reunida na povoação canadiana de Pugwash. O movimento nasceu a partir de um manifesto publicado em Londres dois anos antes no qual alguns cientistas de diversas áreas como o físico Albert Einstein, o filósofo e matemático Bertrand Russel e o químico Linus Pauling consideravam que os cientistas devem assumir a responsabilidade das suas investigações, experiências e criações, incluindo a bomba atómica.
Foi membro do Comité de Patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não-violência e da paz.

1996

Carlos Filipe Ximenes Belo
Carlos Filipe Ximenes Belo (Uailacama, Baucau, 3 de Fevereiro de 1948) é um bispo católico timorense que, em conjunto com José Ramos-Horta, foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz de 1996, pelo seu trabalho "em prol de uma solução justa e pacífica para o conflito em Timor-Leste".
Carlos Filipe Ximenes Belo nasceu na aldeia de Uailacama, concelho (hoje distrito) de Baucau, na costa norte do então Timor Português. O seu pai, professor primário, faleceu quando o jovem Carlos Filipe tinha apenas dois anos de idade. Os anos de infância foram passados nas escolas católicas de Baucau e Ossu, antes de ingressar no seminário de Daré, nos arredores de Díli, formando-se em 1968. Exceptuando um pequeno período entre 1974 e 1976 -- quando esteve em Timor e em Macau --, entre 1969 e 1981, Ximenes Belo repartiu o seu tempo entre Portugal e Roma, onde se tornou membro da congregação dos Salesianos e estudou filosofia e teologia antes de ser ordenado padre em 1980.
De regresso a Timor-Leste em Julho de 1981, Ximenes Belo esteve ligado ao Colégio Salesiano de Fatumaca, onde foi professor e director. Quando em 1983 se reformou Martinho da Costa Lopes, Carlos Filipe Ximenes Belo foi nomeado administrador apostólico da diocese de Díli, tornando-se chefe da igreja em Timor-Leste, respondendo exclusivamente perante o papa. Em 1988, em Lorium, Itália, foi consagrado como bispo.
A nomeação de Ximenes Belo foi do agrado do núncio apostólico em Jacarta e dos próprios líderes indonésios pela sua aparente submissão. No entanto, cinco meses bastaram para que, num sermão na sé catedral, Ximenes Belo tecesse veementes protestos contra as brutalidades do massacre de Craras em 1983, perpetrado pela Indonésia. Nos dias de ocupação, a igreja era a única instituição capaz de comunicar com o mundo exterior, o que levou Ximenes Belo a enviar sucessivas cartas a personalidades em todo o mundo, tentando vencer o isolamento imposto pelos indonésios e o desinteresse de grande parte da comunidade internacional e da própria Igreja Católica.
Em Fevereiro de 1989 Ximenes Belo escreveu ao presidente de Portugal, Mário Soares, ao papa João Paulo II e ao secretário-geral da ONU, Javier Pérez de Cuellar, reclamando por um referendo sob os auspícios da ONU sobre o futuro de Timor-Leste e pela ajuda internacional ao povo timorense que estava "a morrer como povo e como nação". No entanto, quando a carta dirigida à ONU se tornou pública em Abril, Ximenes Belo tornou-se uma figura pouco querida pelas autoridades indonésias. Esta situação veio a piorar ainda mais quando o bispo deu abrigo na sua própria casa a jovens que tinham escapado ao massacre de Santa Cruz (1991) e denunciou os números das vítimas mortais.
A sua obra corajosa em prol dos timorenses e em busca da paz e da reconciliação foi internacionalmente reconhecida quando, em conjunto com José Ramos-Horta, lhe foi entregue o Prémio Nobel da Paz em Dezembro de 1996. Na sequência deste reconhecimento, Ximenes Belo teve oportunidade de se reunir com Bill Clinton dos Estados Unidos e Nelson Mandela da África do Sul.
Após a independência de Timor-Leste, a 20 de Maio de 2002, a saúde do bispo começou a esmorecer perante a pressão dos acontecimentos que tinha vivido. O papa João Paulo II aceitou a sua demissão como administrador apostólico de Díli em 26 de Novembro de 2002. Após se ter retirado, Ximenes Belo viajou para Portugal para receber tratamento médico. No início de 2004, houve numerosos pedidos para que se candidatasse à presidência da república de Timor-Leste. No entanto, em Maio de 2004 declarou à televisão estatal portuguesa RTP que não autorizaria que o seu nome fosse considerado para nomeação. "Decidi deixar a política para os políticos" - afirmou.
Com a saúde restabelecida, em meados de 2004 Ximenes Belo aceitou a ordem da Santa Sé para fazer trabalho de missionação na diocese de Maputo, como membro da congregação dos Salesianos em Moçambique.
D. Ximenes Belo é doutor «honoris causa» pela Universidade do Porto, por proposta da respectiva Faculdade de Letras (investido em Outubro de 2000, juntamente com Xanana Gusmão e José Ramos-Horta).

José Manuel Ramos-Horta
José Manuel Ramos-Horta (Díli, 26 de Dezembro de 1949) é um político e jurista timorense, actual presidente do seu país, tendo assumido o cargo a 20 de Maio de 2007, após disrupções civis originárias em problemas étnicos. Foi previamente o Ministro de Negócios Estrangeiros de Timor-Leste desde a independência em 2002. Antes disto foi o porta-voz da resistência timorense no exílio durante a ocupação indonésia entre 1975 e 1999.
Considerado como moderado, ocupa o cargo de Ministro das Relações Exteriores no governo autoproclamado em 28 de Novembro de 1975, apenas com 25 anos de idade. Deixou Timor-Leste apenas três dias antes da invasão indonésia, em viagem até Nova Iorque para apresentar às Nações Unidas o caso timorense. Aí expõe a violência perpretada pela Indonésia na ocupação do território, tornando-se o representante permanente da Fretilin na ONU nos anos seguintes.
Em Dezembro de 1996, José Ramos-Horta partilha o Prémio Nobel da Paz com o compatriota bispo Carlos Filipe Ximenes Belo. O Comité Nobel laureou-os pelo contínuo esforço para terminar com a opressão vigente em Timor-Leste, esperando que o prémio despolete o encontro de uma solução diplomática para o conflito em Timor-Leste com base no direito dos povos à autodeterminação.
José Ramos Horta estudou Direito Internacional na Academia de Direito Internacional da Haia, nos Países Baixos (1983) e na Universidade de Antioch (Estados Unidos) onde completou o mestrado em Estudos da Paz (1984), bem como uma série de outros cursos de pós-graduação sobre a temática do Direito Internacional e da Paz. Em Outubro de 2000 foi investido, juntamente com D. Ximenes Belo e Xanana Gusmão, como doutor «Honoris causa» pela Universidade do Porto (por proposta da respectiva Faculdade de Letras).
Em 2003, José Ramos Horta apoiou a invasão do Iraque pelas tropas anglo-norte-americanas, criticando o regime ditatorial de Saddam Hussein e a Al Qaeda, lembrando que Osama bin Laden tinha justificado o ataque terrorista de Bali entre outros argumentos com o facto de Timor-Leste ter sido supostamente vítima de ataques contra o Islão pelos países ocidentais (a Indonésia tem a maior população islâmica no mundo).
No fim de Junho de 2006, renunciou ao cargo de Ministro de Negócios Estrangeiros e da Defesa ao saber que o questionado primeiro-ministro Mari Alkatiri permaneceria no cargo.
Em 8 de Julho de 2006, assumiu o cargo de primeiro-ministro junto com Estanislau da Silva, como vice-primeiro-ministro, e Rui Araújo como segundo vice-primeiro-ministro.
José Ramos-Horta era apontado pela imprensa portuguesa como um dos sucessores de Kofi Annan no cargo de secretário-geral da ONU. Ramos-Horta não confirmou o seu interesse no cargo, mas também não excluiu a hipótese.
Na segunda volta das eleições de 9 de Maio de 2007, Ramos-Horta foi eleito Presidente da República de Timor-Leste, em disputa com Francisco Guterres Lu Olo, sucedendo a Xanana Gusmão no cargo.
Na manhã de 10 de Fevereiro de 2008 foi alvejado no estômago, durante um ataque armado à sua casa. O ataque foi perpetrado pelo grupo dissidente das forças armadas liderado pelo major Alfredo Reinado, que foi morto no ataque.

1997

Jody Williams
Pacifista estadunidense nascida em Putney, Vermont, USA, recebeu o Prémio Nobel da Paz (1997) pelo trabalho de proibição e remoção de minas terrestres antipessoais e o apoio às vítimas destas minas, dividido com a Campanha Internacional para a Eliminação de Minas, a International Campaign to Ban Landmines - ICBL, por ela fundada e coordenada, lançada formalmente através de seis organizações não governamentais (1992) e existente em mais de sessenta países. Começou a ensinar o inglês como um segundo idioma no México, no Reino Unido, e Washington, D.C. Trabalhou durante onze anos pela construção de uma consciência pública sobre política norte-americana para a América Central. Foi co-coordenadora de um projecto de educação Nicarágua-Honduras (1984-1986) e, depois (1986-1992), desenvolveu e dirigiu um projecto humanitário no Los Angeles-based Medical Aid, em El Salvador. Foi então atraída pelo problema das guerras em África, passou a dedicar-se a estrategista principal e porta-voz para a campanha contra minas terrestres como artifício de guerra. Fundou o ICBL e trabalhou num esforço cooperativo sem precedentes com governos, corpos da ONU e o Comité Internacional da Cruz Vermelha, alcançando a sua meta: um tratado internacional que proibia minas terrestres como armas antipessoais, durante a conferência diplomática de Oslo (1997). Tem pesquisado, escrito e falado profusamente sobre o problema e o movimento para a sua proibição. Como reconhecimento pelo seu trabalho, foi convidada a servir como conselheira técnica da ONU no Estudo do Impacto de Conflitos Armados em Crianças, conduzido por Graca Machel, de Moçambique.

Campanha Internacional para a Eliminação das Minas Terrestres
A Campanha Internacional para a Eliminação das Minas Terrestres (ICBL - International Campaign to Ban Landmines) e a sua coordenadora, a americana Jody Williams, foram honradas com o prémio Nobel da Paz em reconhecimento aos resultados obtidos pelo movimento.A ICBL apela para o banimento do uso, produção, armazenamento, venda, transferência e exportação de minas antipessoais, bem como o aumento de recursos internacionais para acabar com as minas e socorrer as vítimas desse flagelo.Lançada em 1992 através de uma coalizão de organizações não-governamentais, a ICBL é formada por um grupo central que monitora a situação das minas em todo o mundo, por meio de uma rede de pesquisadores que redigem o Landmine Monitor Report.O tratado de banimento de minas terrestres, assinado por mais de 100 países, proíbe o uso, a produção, o transporte e o armazenamento desse tipo de arma, e a desactivação dos campos minados num prazo de 10 anos.
A causa ganhou notoriedade depois de ter passado a ser defendida pela princesa Diana.

1998

John Hume
Político católico norte-irlandês (18/1/1937-) Nasce na cidade de Londonderry e forma-se em história pela Universidade Nacional da Irlanda. Inicia a sua actividade política em 1969, ao ser eleito para o Parlamento da Irlanda do Norte, ou Ulster.
Três anos mais tarde, ajuda a fundar o Partido Social-Democrata Trabalhista (SDLP). No início da década de 80, conquista uma cadeira na Câmara dos Comuns do Parlamento britânico e luta para reconciliar católicos e protestantes no Ulster. Estabelece os primeiros contatos secretos com o também católico Gerry Adams, líder do Sinn Féin (braço político do IRA, grupo terrorista católico que luta pelo fim do domínio dos ingleses protestantes).
Em 1993 apresenta uma proposta de paz aos governos da República da Irlanda e da Inglaterra, que inspira, em Dezembro, a Declaração de Princípios de Downing Street - esboço de plano de paz que admite o fim da divisão da Irlanda. Em razão disso, o IRA decreta cessar-fogo. Em 10 de Abril de 1998, os católicos liderados por Hume e os protestantes representados por David Trimble assinam um acordo formal de paz - o Acordo da Sexta-Feira Santa. Em Junho de 1998, Hume concorre às eleições para primeiro-ministro na condição de favorito, mas perde para o protestante Trimble.
Ambos dividem o Prêmio Nobel da Paz de 1998, porém o acordo é perturbado por diversos incidentes o pior deles é a explosão de uma bomba do IRA, em agosto de 1998, que mata 29 pessoas e fere outras centenas.
David Trimble
Político protestante norte-irlandês (15/10/1944-). Nascido em Bangor, ao sul de Belfast, filho de funcionário público, estuda em bons colégios e forma-se em direito. No final dos anos 60,a Irlanda do Norte (ou Ulster) sofre com a guerra civil entre a minoria católica - que deseja integrar-se à República da Irlanda, separada do Ulster em 1949 - e a maioriprotestante, que prefere continuar parte do Reino Unido.
O conflito é acirrado pela actuação do Exército Republicano Irlandês (IRA), grupo terrorista defensor do rompimento com Londres. O governo britânico intervém militarmente no Ulster em 1972. Na época, Trimble entra para o movimento Vanguarda Ulster, favorável à permanência da região como província britânica. Durante os anos 70 e 80, opõa e-se às tentativas de pacificação entre católicos e protestantes.
No início da década de 90, assume uma vaga no Parlamento irlandês. Surpreende a todos quando, em 1995, é eleito para liderar o Partido Unionista do Ulster (UUP) e passa a defender a divisão do poder com a minoria católica, com a qual inicia negociações.
Em Abril de 1998, assina com o líder católico John Hume um acordo de paz, referendado pelo Reino Unido e pela República da Irlanda e aprovado por 70% da população. Acordo este que, baseado no conceito de compartilhamento do poder, permitiu o fim de 30 anos de conflitos na Irlanda do Norte que deixaram cerca de 3.500 mortos. Ganha o Prêmio Nobel da Paz junto com Hume. No mesmo ano, nas eleições parlamentares, elege-se primeiro-ministro. O acordo, contudo, é atrapalhado, em 1999, por diversos atentados do IRA.

1999

Médicos Sem Fronteiras
Médicos Sem Fronteiras - MSF é uma organização internacional não-governamental sem fins lucrativos que oferece assistência à saúde, em casos como conflitos armados, catástrofes naturais, epidemias, fome e exclusão social. É a maior organização de ajuda humanitária não governamental do mundo, na área da saúde.
MSF proporciona também acções de longo prazo, na ajuda a refugiados, em casos de conflitos prolongados, instabilidade crónica ou após a ocorrência de catástrofes. A organização foi criada com a ideia que todas as pessoas têm o direito a tratamento médico, e que essa necessidade é mais importante que as fronteiras nacionais (princípio de ingerência).
Actualmente actua em mais de 70 países.
O Comité Nobel Norueguês decidiu conceder o prémio Nobel da Paz aos Médicos Sem Fronteiras (Médecins Sans Frontières), em reconhecimento ao trabalho humanitário pioneiro desta organização em vários continentes.
Desde a sua fundação, no início da década de 70, Médicos Sem Fronteiras tem aderido ao princípio fundamental de que todas as vítimas de desastres, sejam estes de origem natural ou humana, têm direito a uma assistência profissional, fornecida da forma mais rápida e eficiente possível. Limites territoriais nacionais e circunstâncias ou preferências políticas jamais devem interferir na prestação de auxílio humanitário.
Intervindo com rapidez, os Médicos Sem Fronteiras dão visibilidade pública às catástrofes humanitárias, e ao apontar as causas de tais catástrofes, a organização ajuda a formar a opinião pública em oposição às violações e abusos de poder.
Em situações críticas, marcadas pela violência e pela brutalidade, o trabalho humanitário de Médicos Sem Fronteiras possibilita que a organização crie brechas para contactos entre grupos em oposição. Ao mesmo tempo, cada destemido e generoso trabalhador que presta assistência mostra a cada vítima um rosto humano, representa o respeito pela dignidade daquele indivíduo, e é uma fonte de esperança pela paz e pela reconciliação.

2000

Kim Dae-Jung - 2000
Kim Dae-Jung (3 de Dezembro de 1925 em Mokp'o - ) é um político sul-coreano. Foi presidente da Coreia do Sul de 1997 a 2003. Kim Dae-Jung ganhou o prémio Nobel da Paz pelos seus esforços na reconciliação das Coreias.
Filho de camponeses, católico, licenciou-se na Escola de Comércio de Mokp'o em 1943. Iniciou a sua actividade profissional numa companhia japonesa, na qual prosperou tornando-se um homem de negócios.
Entre 1950 e 1953, durante a Guerra da Coreia, foi preso e condenado à morte pelos comunistas, tendo conseguido escapar com a ajuda dos militares norte-americanos. Após a guerra, tornou-se um activista político de oposição ao poder.
Ingressou no Partido Democrático Coreano do qual se tornou presidente em 1970. Em 1973, em Tóquio, durante a preparação de uma campanha política, foi raptado do hotel onde se encontrava e forçado a regressar à Coreia do Sul. Foi preso em 1976 por manifestar a sua oposição ao poder, tendo sido libertado três anos depois.
Em 1980 foi condenado a vinte anos de prisão, mas em 1982, por questões de saúde, foi autorizado a viajar para os EUA, onde se exilou. Regressou três anos mais tarde ao seu país e em 1987 concorreu às eleições presidenciais perdendo em favor de Kim Yong Sam, com quem disputou as eleições seguintes, em 1992, das quais também saiu derrotado.
Em 1995 formou um novo partido e em 1997 voltou a concorrer às presidenciais ganhando ao seu oponente Lee Hoi Chang. Como presidente, esforçou-se por acabar com a pequena guerra fria entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.
Em 2000 foi-lhe atribuído o prémio Nobel da Paz como reconhecimento pela sua luta constante pela democracia, pelos direitos humanos e pela reconciliação com a Coreia do Norte. Em 2003, Roh Moo-hyun toma posse como presidente da Coreia do Sul.

2001

Kofi Annan
Kofi Annan (Kumasi, Gana, 8 de Abril de 1938) é um diplomata de Gana. Foi, entre 1 de Janeiro de 1997 e 1 de Janeiro de 2007, o sétimo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, tendo sido laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2001.
De origem nobre na sua terra natal, o seu nome significa "nascido numa sexta-feira". Após começar a estudar Economia na Universidade de Ciência e Tecnologia de Kumasi, Kofi recebeu uma bolsa de estudos para continuar a estudar nos EUA.
Annan começou a trabalhar nas Nações Unidas ao ingressar em 1962 na Organização Mundial da Saúde. Ao longo dos anos exerceu diferentes funções na ONU até chegar ao posto de secretário-geral em 1 de Janeiro de 1997.Segundo o comité, o prémio foi atribuído em virtude dos esforços da ONU e de Annan em favor dos direitos humanos e na solução de conflitos internacionais."Kofi Annan dedicou quase toda a sua carreira profissional à ONU", disse o comité. "Como secretário-geral, ele trouxe uma nova vida para a organização."Annan adoptou uma postura conciliadora e bastante diplomática à frente da entidade.O prémio gerou polémicas mas também ajudou a acelerar o fim de conflitos, como o de Timor-Leste.Há muito a fazer e há muitas expectativas em relação a mim e à minha organização", disse Kofi Annan, admitindo que a ONU poderia cuidar melhor do planeta.
Quando tropas do Iraque, governado por Saddam Hussein, invadiram o Kuwait, em 1990, Annan foi enviado a Bagdad para ajudar nas negociações e facilitar a repatriação de mais de 900 funcionários internacionais. Nesse período, ele negociou a libertação dos reféns estrangeiros e chamou a atenção da comunidade internacional para a situação dos mais de 500 mil asiáticos que estavam nos dois países. Encabeçou, depois, a equipa de negociação das Nações Unidas com o Iraque para autorizar que o país vendesse petróleo para poder comprar material de assistência humanitária.
Em Abril de 2000, Annan publicou um Relatório do Milênio, intitulado "Nós, os Povos: O Papel das Nações Unidas no Século XXI", em que exorta os Estados-membros a renovarem o seu compromisso por um plano de acção destinado a acabar com a pobreza e a desigualdade, a melhorar a educação, reduzir o HIV/Aids, a conservar o meio ambiente e a proteger as pessoas de conflitos letais e da violência. O relatório constituiu a base da Declaração do Milénio, aprovada por chefes de Estado e de Governo na Cúpula do Milénio, que se realizou em Setembro de 2000, na sede da ONU.
Em Dezembro de 2001, Kofi Annan e as Nações Unidas receberam o Prémio Nobel da Paz por seus esforços para construir um mundo mais pacífico e mais bem organizado.

Organização das Nações Unidas
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada oficialmente a 24 de Outubro de 1945 em São Francisco, Califórnia, por 51 países, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. A primeira Assembleia Geral celebrou-se a 10 de Janeiro de 1946. A sua sede actual é na cidade de Nova Iorque.
Um dos feitos mais destacáveis da ONU é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948

2002

Jimmy Carter
James Earl "Jimmy" Carter, Jr., conhecido como Jimmy Carter, (Plains, Geórgia, 1 de Outubro de 1924) é um político norte-americano, tendo sido o 39° presidente dos Estados Unidos da América.
Jimmy Carter nasceu em uma família baptista com interesses no sector agrícola e plantadora de amendoins - negócio no qual ele prosperaria. Após se formar pela Academia Naval de Annapolis (Maryland) em 1946, casou-se com Rosalynn Smith, depois Rosalynn Carter. Deste matrimónio nasceram quatro filhos: John William (Jack), James Earl II (Chip), Donnel Jeffrey (Jeff) e Amy Lynn.
Foi governador do seu estado natal de 1971 a 1974.
Carter assinou um tratado com o Panamá, segundo o qual os EUA devolveriam o canal em 2000 ao controle panamenho. O tratado foi assinado com o presidente panamenho Omar Torrijos. Carter adoptou uma política de distensão com os países comunistas, estabeleceu relações diplomáticas com a China, assinou tratados de SALT-2 com a antiga União Soviética, sobre a redução de armas nucleares e reduziu as tensões diplomáticas de seu país com Cuba, governada por Fidel Castro.
Alguns acordos com Cuba resultaram no estabelecimento da Secção de Interesses (embaixada) dos EUA em Havana e uma cubana em Washington. Também houve acordo pesqueiro com Cuba sobre a delimitação das águas territoriais para a pesca. Carter autorizou que turistas dos EUA visitassem Cuba (Reagan vetaria essa lei), amenizando, além disso, o embargo contra Cuba. Mais de vinte anos depois da sua gestão, em 2002, ele faria uma visita histórica a Cuba.
Embora o seu governo tenha sido marcado pelo uso da diplomacia para garantir a paz mundial, diminuindo o tom beligerante da Guerra Fria, e pela prioridade dada a questões sociais, Carter adquiriu reputação de parcimónia e indecisão - características que não foram bem recebidas pelo eleitorado americano.
Após a Revolução Iraniana de 1979 e o sequestro de 52 funcionários da embaixada norte-americana em Teerã, foi acusado de ineficiência na administração do caso.
Também em 1979 a União Soviética ocupou militarmente o Afeganistão por razões políticas, e muitos americanos acreditaram que Carter poderia ter agido com mais dureza para evitar esta crise. O gesto mais significativo de Carter contra a intervenção soviética foi o de boicotar os Jogos Olímpicos de 1980, que seriam disputados em Moscou. Além disso, uma recessão na economia estadunidense no período contribuiu para que as suas chances de reeleição fossem praticamente nulas.
Derrotado pelo republicano Ronald Reagan nas eleições de 1980, o ex-presidente retornou à Geórgia e criou o Carter Center para promover os direitos humanos, o avanço das democracias e a busca de soluções pacíficas para conflitos internacionais. Também foi observador internacional de muitas eleições em países que voltavam ao regime democrático ou que tentavam implantar tal regime em substituição a ditaduras.
Por suas acções no intuito de promover a paz mundial, direitos humanos, democracia e tendo sido mediador em diversas questões conflitivas ao redor do globo, foi agraciado, no ano de 2002, com o Prémio Nobel da Paz.

2003

Shirin Ebadi
Shirin Ebadi (Hamadã, 21 de Junho de 1947 ) é uma advogada e activista dos direitos humanos iraniana. Sua luta pela igualdade de direitos e por reformas políticas em seu país lhe renderam o Prêmio Nobel da Paz em 2003
Em 1974 tornou-se na primeira mulher iraniana a exercer o cargo de juíza, chegando a presidir o tribunal de Teerão. Torna-se agora na primeira mulher muçulmana e na primeira personalidade iraniana a obter a distinção de um Prémio Nobel.
A crescente islamização do país, com a passagem de uma ditadura laica para um regime teocrático e o culminar na revolução islâmica de 1979, fez dela uma resistente. Ayatollah Khomeini, considerando que "a magistratura é incompatível com o carácter demasiado emocional das mulheres", forçou-a abandonar o cargo. Shirin Ebadi passa a exercer a advocacia, é uma activista empenhada pelos direitos humanos e professora de Direito na Universidade de Teerão.
Dedica a sua vida à conciliação do Islão com os Direitos Fundamentais, publicando inúmeros livros sobre essa temática. Defende o estatuto da mulher e da criança, contra uma sociedade patriarcal que ainda hoje consagra no seu Código Penal a criança como sendo "propriedade do pai ou da família paterna". Criou a "Associação de Apoio para os Direitos de Crianças" e luta pela mudança das leis de divórcio e herança no país, as quais discriminam fortemente as mulheres.
Investigou uma série de mortes de intelectuais em 1998-99 e denunciou os incidentes na universidade da capital em 1999 que provocaram várias mortes. Na barra dos tribunais, tem assumido a defesa de dissidentes e liberais perseguidos pelos conservadores. Foi presa por duas vezes e já esteve proibida de exercer a advocacia durante um longo período de cinco anos.
Em 1997 teve um papel determinante na mobilização das mulheres para a eleição de Mohammad Khatami, o actual presidente. Embora seja apoiante de Khatami, não deixa de criticar fortemente o seu governo. Granjeando o respeito dos reformistas, é ferozmente odiada pelos conservadores que vêem nela uma séria ameaça ao sistema islâmico.
Shirin, actualmente com 56 anos, tem duas filhas de 20 e 23. Estava em Paris, a caminho do aeroporto, quando recebeu a notícia da atribuição do prémio. Interrogada pelos jornalistas quis frisar que, como activista dos direitos humanos, "o combate pelos direitos humanos é travado em cada país pelo seu povo, e tal é o caso do Irão, e nós somos contra toda a intervenção estrangeira no Irão."
Apesar dos reformistas controlarem o governo, o poder dos conservadores xiitas está bem demonstrado pelo silêncio oficial que se faz em redor deste prémio, facto que, por si só, justificaria a sua atribuição. Ao distinguir no contexto actual uma muçulmana moderna, o Comité Nobel, com o prestígio universal do seu prémio, dá um sinal claro de esperança de emancipação às mulheres muçulmanas e, simultaneamente, de apoio a todos os reformistas iranianos.

2004

Wangari Maathai
Wangari Muta Maathai, nascida em 1 de abril de 1940, em Nyeri, Quênia, é uma activista política do meio-ambiente. Em 2004 ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela "sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, democracia e paz", tornando-se a primeira mulher africana a receber o prémio.
"Maathai permanaceu corajosamente contra o antigo regime opressivo no Quénia", o Comité Nobel Norueguês anunciou numa declaração anunciando-a como a vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2004. "As suas formas de acções únicas contribuíram para chamar a atenção à opressão política - nacional e internacionalmente. Ela serviu como uma inspiração para muitos na luta por direitos democráticos e tem especialmente encorajado as mulheres a melhorar sua situação."
Controvérsia
Maathai causou controvérsia entre os comentadores da mídia, quando numa conferência de imprensa seguinte ao anúncio do Prémio Nobel, ela falou em favor da alegação de que o vírus HIV era um produto criado pelo homem através de Bioengenharia, e então lançado na África por cientistas ocidentais não-identificados como uma arma de destruição em massa para "punir os negros". A alegação foi apoiada apenas por uma pequena minoria, e é uma das várias teorias conspiratórias sobre a AIDS. Desde então ela tem fugido de uma posição definitiva: "Eu não sei sobre a origem... E espero que um dia saibamos, porque é algo que obviamente todos queremos saber - de onde vem a doença".
Maathai foi premiada pela permanente luta contra o desmatamento, um factor de pobreza e instabilidade na África. Embora pouco conhecida mundialmente, ela foi reconhecida depois de vários pesos pesados da política mundial, como o ex-presidente americano Jimmy Carter e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.Bióloga, a africana é vice-ministra do Meio Ambiente do Quénia e responsável por projectos de reflorestamento no país. Em meados dos anos 70, Maathai criou o Movimento Cinturão Verde, no seu país, com a intenção de promover e proteger a biodiversidade africana, criando empregos, particularmente em áreas rurais, e promovendo o papel da mulher na sociedade. O movimento também plantou mais de 30 milhões de árvores na África.Por sua actuação em defesa do meio ambiente, Maathai já foi presa diversas vezes. A professora costuma dizer que "quando se começa a trabalhar seriamente em temas ambientais, a arena passa a ser os direitos humanos, os direitos das mulheres, os direitos ambientalistas, os direitos das crianças, isto é, os direitos de todo mundo". "Uma vez que se começa a realizar essas associações, já não se pode continuar simplesmente plantando árvores", acrescenta.Em Março, a ecologista ganhou o Prêmio Sophie 2004, reconhecimento norueguês para esforços ambientalistas ou de desenvolvimento.

2005

Agência Internacional de Energia Atómica
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) foi estabelecida como uma organização autónoma no seio das Nações Unidas em 29 de Julho de 1957. O seu objectivo é a promoção do uso pacífico da energia nuclear e o desencorajamento dos usos para fins militares de armas atómicas. O antigo presidente dos Estados Unidos da América, Eisenhower, fez em 1953 um discurso visionário na Assembleia-geral das Nações Unidas que antecedeu assim a criação deste organismo internacional.
A AIEA tem a sua sede em Viena, (Áustria), e tem 137 estados membros, cujos representantes se encontram anualmente para uma Conferência Geral onde elegem 35 membros para o Conselho de Governadores. Este Conselho reúne-se cinco vezes por ano e prepara as decisões que serão ratificadas pela Conferência Geral.
A AIEA constitui um fórum intergovernamental para a cooperação científica e técnica do uso pacífico da tecnologia nuclear.
Foi dirigida pelo sueco Hans Blix entre 1981 e 1997, que ficou famoso por causa da oposição às alegações de que no Iraque se desenvolviam programas nucleares com fins militares. O actual detentor do cargo máximo da AIEA é Mohamed ElBaradei, do Egipto.
Com o incremento da proliferação nuclear na década de 1990, as tarefas da AIEA passaram a incluir as inspecções e investigações de suspeitas violações do Tratado de Não-Proliferação Nuclear sob mandato das Nações Unidas; contudo, caso encontre indícios de uso militar em programas que inspecciona, apenas poderá reportá-los ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, que detém o exclusivo de medidas coercivas.
A AIEA mantém, como um dos seus instrumentos, o INIS (International Nuclear Information System), uma base de dados sobre a utilização pacífica da energia nuclear.
A AIEA desempenhou um papel fundamental nos meses anteriores à intervenção militar anglo-americana contra o Iraque de Saddam Hussein em 2003.

ElBaradei e a agência da ONU começaram a ser cogitados como um dos favoritos a vencer o prêmio dias antes do anúncio, devido às crescentes especulações que de o comitê iria procurar "honrar’’ as vítimas de armas nucleares, e aquele que tentam conter o seu uso.
Mohamed ElBaradei
O Dr. Mohamed ElBaradei nascido a 17 de Junho de 1942 no Cairo, Egipto, é o actual Director-Geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Sucedeu no cargo a Hans Blix. Foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz de 2005, juntamente com a AIEA.
ElBaradei licenciou-se em Direito pela Universidade do Cairo em 1962 e doutorou-se em Direito Internacional pela Universidade de Nova Iorque em 1974. Iniciou a sua carreira no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egipto em 1964, tendo exercido funções na missão permanente do Egipto na ONU em Nova Iorque e em Genebra. Entre1981 e 1987 foi professor de Direito Internacional na Universidade de Nova Iorque. Em 1984 ingressa na AIEA, onde desempenha vários cargos até se tornar Director-Geral em 1997. Foi reeleito para um terceiro mandato à frente daquele organismo a 13 de Junho de 2005, tendo contado com o apoio dos Estados Unidos da América, apesar das relações tensas entre a AIEA e Washington durante o processo que conduziu à Segunda Guerra do Iraque.
É casado com Aida Elkachef, uma professora. O casal tem dois filhos, Laila e Mostafa, que vivem e trabalham em Londres.

2006

Muhammad Yunus
Muhammad Yunus (Chittagong, 28 de Junho de 1940) é um economista e banqueiro de Bangladesh.
Em 2006 foi laureado com o Prémio Nobel da Paz. É autor do livro Banker to the poor (em Portugal, O banqueiro dos pobres). Pretende acabar com a pobreza através do banco que fundou, do qual é presidente e o governo de Bangladesh é o principal accionista, o Grameen Bank, que oferece activamente microcrédito para milhões de famílias. Yunus afirma que é impossível ter paz com pobreza.
Muhammad Yunus formou-se em Economia em Bangladesh, doutorou-se nos EUA e foi professor na Universidade de Dhaka. Em 1976, constatou as dificuldades de pessoas carentes em obter empréstimos na aldeia de Jobra, num Bangladesh empobrecido e recém-separado do Paquistão. Por não poderem dar garantias, os bancos recusavam-lhes as pequenas quantias que permitiriam comprar materiais para trabalhar e vender, e os usurários taxavam os empréstimos com juros altos.
Muhammad Yunus criou então o Banco Grameen, que empresta sem garantias nem papéis, sendo, sobretudo, procurado por mulheres: elas são 97% dos 6,6 milhões de beneficiários. A taxa de recuperação é de 98,85%.
A palavra "microcrédito" não existia até a década de 1970. Yunus cunhou-o para designar um tipo muito específico de crédito, que ele concebera, e cujo objecto principal não são os pequenos produtores, mas sim as populações pobres, que não têm, absolutamente, acesso a qualquer outro tipo de crédito.
Yunnus concebeu, e conseguiu implantar, a mais conhecida e bem-sucedida experiência de microcrédito do mundo. Yunus iniciou-a em 1976, concedendo empréstimos de pequena monta, com seus próprios recursos, para famílias muito pobres de produtores rurais, focalizando-se principalmente nas mulheres. Os bons resultados obtidos nessa primeira fase do projecto levaram-no a expandir as suas operações com recursos de terceiros.
Yunus atribui a origem de sua visão a um encontro fortuito, em Jobra, com Sufia Begum, uma jovem de 21 anos que lutava desesperadamente para sobreviver. Para poder trabalhar Sufia tinha tomado emprestado cerca de 25 centavos de dólar americano a um agiota de seu bairro, que lhe cobrava juros de 10% ao dia. Com esse dinheiro, Sufia comprava bambu para fazer tamboretes. De acordo com o "contrato de empréstimo", Sufia era obrigada a vender seus tamboretes exclusivamente ao agiota que lhe financiara e que pagava um valor muito abaixo do valor de mercado. Assim Sufia conseguia obter um "lucro" de cerca de 2 centavos de dólar. Para todos os efeitos a condição de trabalho de Sufia era equivalente à de escravo.
Yunus encontrou 42 mulheres em Jobra nas mesmas condições e resolveu, ele mesmo, emprestar-lhes seu próprio dinheiro a taxas bancárias normais. Inicialmente emprestou 27 dólares, aproximadamente 62 centavos por tomadora.
Surpreendentemente, Yunus recebeu de volta, com pontualidade, o capital e os juros de todos os empréstimos que fizera Isso lhe deu a idéia que talvez fosse possível expandir esse processo.
Explica Muhammad Yunus:
O "Grameencredit" (crédito do Banco Grameen) baseia-se na premissa de que os pobres têm habilidades profissionais não utilizadas, ou subutilizadas. Definitivamente não é a falta de habilidades que torna pobres as pessoas pobres. O Grameen Bank acredita que a pobreza não é criada pelos pobres, ela é criada pelas instituições e políticas que o cercam. Para eliminar a pobreza, tudo o que temos de fazer é implementar as mudanças apropriadas nas instituições e políticas, e/ou criar novas instituições e políticas (...) o Grameen Bank criou uma metodologia e uma instituição para atender às necessidades financeiras dos pobres e criou condições razoáveis de acesso a crédito, capacitando os pobres a desenvolverem suas habilidades profissionais para obter uma renda maior a cada ciclo de empréstimos.

Características gerais do microcrédito (no conceito de Yunus):
O "Grameencredit":
a) Promove o crédito como um dos direitos humanos;
b) Sua missão principal é auxiliar as famílias pobres a se ajudarem a superar a pobreza. É dirigido aos mais pobres, especialmente às mulheres pobres;
c) Uma das características mais destaca o "Grameencredit" é que não é baseado em qualquer garantia real, nem em contratos que tenham valor jurídico. É baseado exclusivamente na confiança, e não no Direito ou em algum outro sistema coercitivo.
d) É oferecido no intuito de gerar auto-empregos, fomentando actividades que criem rendas para os pobres, ou ainda para a construção de sua habitação, ao contrário dos empréstimos destinados ao consumo;
f) Oferece seus serviços na porta da casa dos pobres, adotando o princípio de que as pessoas não devem ir ao banco mas sim o banco às pessoas;
m) A prioridade do "Grameencredit" é construir o "capital social". Isso é obtido pela criação de grupos e centros, destinados a desenvolver lideranças. O "Grameencredit" dá uma ênfase toda especial à "formação do capital humano" e à protecção do meio-ambiente.

O bengalês Muhammad Yunus, que foi anunciado nesta sexta-feira como o ganhador do Prêmio Nobel da Paz junto com seu banco, o Grameen, é conhecido como "o banqueiro dos pobres" e considerado o grande mentor do microcrédito destinado aos desfavorecidos de Bangladesh.Professor de economia, Yunus começou a combater a pobreza após uma mortífera fome que assolou seu país. Em 1976, fundou um pequeno banco que se propunha a oferecer acesso ao crédito aos mais pobres.O conceito do banco Grameen (que significa povoado) foi exportado para mais de 40 países.Os camponeses que têm acesso aos microcréditos compram equipamentos e obtêm maior autonomia, acrescenta.Alguns especialistas criticam o microcrédito, julgando que ele deixa de lado os "mais pobres entre os pobres".Bangladesh é um dos países mais pobres do mundo, com uma renda per capita anual de cerca de 250 dólares.Nascido em 1940 em Chittagong, Muhammad Yunus é o terceiro de uma família de 14 filhos, dos quais cinco morreram nos primeiros anos. Yunus disse à rede pública de TV norueguesa NRK, por telefone, que está "encantado, muito encantado" com o prêmio. "Vocês estão apoiando o sonho de obter um mundo sem pobreza", acrescentou.Ao dar o Nobel a um lutador contra a pobreza, os cinco sábios noruegueses ampliaram de novo o campo para os prêmios da paz, que nas últimas décadas foram concedidos aos direitos humanos ou à defesa do meio ambiente.O Nobel da Paz - um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (1,1 milhão de euros) - será entregue em Oslo no dia 10 de Dezembro, data do aniversário da morte de seu fundador, o filantropo sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite.

2007

Al Gore:
Albert Arnold Gore Jr. (Washington, 31 de Março de 1948) é um político estadunidense que foi vice-presidente durante a administração de Bill Clinton, entre 1993 e 2001. É membro do Partido Democrata.
Em 2000 concorreu à presidência dos Estados Unidos e perdeu, numa eleição marcada por contagem polémica dos votos, para George W. Bush, apesar de ter tido mais votos populares.
Em 2006, lançou An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente), documentário sobre mudanças climáticas, mais especificamente sobre o aquecimento global, o qual se sagrou vencedor do óscar de melhor documentário em 2007.
Al Gore é um activista ecológico, tendo escrito dois livros, A Terra em Balanço: Ecologia e o Espírito Humano (Augustus, 1993, 452 páginas) e Uma verdade inconveniente (Manole, 2006, 328 páginas).
Em Fevereiro de 2007, Al Gore e o presidente da empresa Virgin, Richard Branson, lançaram uma competição que dará 25 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros) para o cientista que apresentar a melhor proposta para 'limpar o ar' do planeta, ou seja, diminuir as quantidades de dióxido de carbono na atmosfera.
Al Gore recebeu o prémio Nobel da Paz em 2007, junto com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU, "pelos seus esforços na construção e disseminação de maior conhecimento sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e por lançar as bases necessárias para inverter tais alterações". Recebeu ainda o Premio Príncipe de Asturias de la Concordia de 2007, galardão concedido pela Fundación Príncipe de Asturias, na cidade de Oviedo (Espanha).
IPCC:
O IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) estabelecido em 1988 pela organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para fornecer informações científicas, técnicas e socioeconómicas relevantes para o entendimento das mudanças climáticas. Seus impactos potenciais e opções de adaptação e mitigação. É um órgão intergovernamental aberto para os países membros do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O IPCC não realiza novas pesquisas nem monitoriza dados relacionados a mudança climática nem recomenda políticas climáticas.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPPC) é o órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científicas em três relatórios que são divulgados periodicamente desde 1988. Os relatórios são baseados na revisão de pesquisas de 2500 cientistas de todo o mundo.

O IPCC é hoje a principal autoridade internacional sobre aquecimento global e foi reconhecido pela publicação do mais significativo estudo sobre mudança climática, que envolveu cerca de 2500 cientistas de mais de 100 países, incluindo nove cientistas brasileiros. "Eles criaram um amplo consenso sobre a relação entre as atividades humanas e o aquecimento global", disse o Comitê.

2008

Martti Ahtisaari
Martti Oiva Kalevi Ahtisaari (Vyborg, 23 de Junho de 1937) é um diplomata e político finlandês, agraciado com Prémio Nobel.
Foi presidente da Finlândia, entre 1994 e 2000. O seu trabalho como mediador em conflitos internacionais valeu-lhe ser galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 2008.
Ahtisaari desempenhou vários cargos como diplomata e mediador da ONU. Foi negociador de conflitos em algumas das regiões mais conturbadas do mundo, tendo intervindo, entre outros, na transição da Namíbia para a democracia (1989-1990), no grupo de trabalho da conferência internacional para a Bósnia e Herzegovina (1992), na supervisão da deposição de armas do IRA (Irlanda do Norte, 2000), na negociação do estatuto do Kosovo (2005) e nas negociações entre as autoridades indonésias e o movimento de libertação da província de Achém (2005).
O presidente do Comité do Nobel, Danbolt Mjoes, explicou que o prémio foi para o ex-presidente da Finlândia, como recompensa «pelos seus importantes esforços, sobre vários continentes e durante mais de três décadas, em vista à resolução de vários conflitos».
O Comité do Nobel classifica Ahtisaari como um «mediador internacional formidável», sendo uma «inspiração» para todos os que lutam pela paz.