domingo, 14 de dezembro de 2008

1902

Élie Ducommun
Jornalista, conferencista eloqüente, poeta pacifista e histórico maçon suíço nascido em Genebra, secretário honorário do Secretariado Internacional da Paz, em Berna, e Prêmio Nobel da Paz (1902), dividido com Charles Albert Gobat. Filho de um fabricante de relógios, desde cedo mostrou-se talentoso e de notável inteligência e completou os estudos básicos na Académie de Genève aos dezessete anos e passou a trabalhar como tutor para uma família rica da Saxônia, onde permaneceu durante três anos e ficou especialista no idioma alemão. Ao voltar a Genebra, ensinou escolas públicas durante dois anos e, aos vinte e dois anos, começou (1855) sua carreira jornalística trabalhando na redação de um diário político, o Revue de Genève. Dez anos depois (1865) mudou-se para Berna onde ele fundou o diário radical, Der Fortschritt, também foi publicado em francês com o título de Progrès. Continuando no jornalismo começou a editar (1868) a folha de notícias Les États-Unis d'Europe, publicada pela Ligue internationale de la paix et de la liberté, editou Helvétie (1871-1872) e depois (1891) tornou-se chefe da Permanent Peace Bureau, onde preparou e editou importantes folhetos, relatórios, notícias, jornais, especialmente para as sociedades de paz e os congressos de paz internacionais. Também foi uma importante figura política e um grande executivo empresarial. Em Genebra foi membro do Conselho Principal durante nove anos (1956-1965), vice-chanceler (1857) e chanceler do cantão de Genebra (1862) e em Berna foi membro do Conselho Principal durante dez anos. Durante muitos anos (1875-1903) foi secretário-geral da via férrea de Jura-Berna-Lucerne, depois de uma fusão chamada de linha Jura-Simplon, aposentando-se do cargo quando da sua estatização (1903). Morreu aos 73 anos de uma doença nos pulmões e coração, em Berna. Entre suas publicações destacaram-se Derniers sourires: Poésies précédées d'une notice biographique (1908), Discours sur l'œuvre de la paix prononcé à Genève (1893), Précis historique du mouvement en faveur de la paix (1899) e Sourires: Poésies (1887).

Charles Albert Gobat
Suíço nascido em Tramelan, Prêmio Nobel da Paz (1902) como secretário honorário do Secretariado Internacional da Paz em Berna, dividido com Élie Ducommun. Filho de um pastor protestante e o sobrinho de Samuel Gobat, um destacado missionário que se tornou o bispo de Jerusalém, foi um estudante brilhante e passou pelas universidades de Basel, Heidelberg, Berna e Paris, e obteve seu doutorado em leis, summa cum laude, em Heidelberg (1867). Abriu um escritório em Delémont, cantão de Berna, e dedicou integralmente os quinze anos seguintes a prática e ao estudo dos direitos, inclusive com uma dissertação em direito civil francês, na Universidade de Berna. Depois (1882), passou a se interessar crescentemente por política e educação. Foi superintendente de instrução pública para o cantão de Berna durante trinta anos, comportando-se como um liberal e reformador moderado. Em sua gestão em que reformou o sistema de treinamento primário, deu maior apoio orçamentário para melhorar a relação professor-aluno, apoiou o estudo de idiomas vivos e incentivou a alternativa para a educação clássica e estabeleceu currículos com treinamentos vocacional e profissional. Pessoalmente desenvolveu estudos relacionados com a história e ganhou reputação com a publicação do estudo erudito République de Berne et la France pendant les guerres de religion (1891) e muita popularidade com o L'Histoire de la Suisse racontée au peuple (1900). Na política foi eleito para o Conselho Principal de Berna (1882), presidente do governo cantonal (1886-1887), enquanto era membro do Conselho de Cantões da Suíça (1884-1890). a partir de então (1890) até sua morte, foi membro do Conselho Nacional, a outra câmara do corpo de legislativo central suíço. Presidiu a quarta conferência da Interparliamentary Bureau, em Berna, e patrocinou (1902) mudanças no princípio de arbitragem para tratados comerciais e concordou em inserir em todos os tratados comerciais, como em acordos alfandegários, uma cláusula que exigia que as partes interessadas ficassem submetidas ao Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia, em qualquer disputa que poderia surgir durante a operação cotidiana do tratado. Morreu em plena atividade de um colapso fulminante, em Berna, deixando uma obra escrita com outros livros como Croquis et impressions d'Amérique (1904), Développement du Bureau international permanent de la paix (1910) e Cauchemar de l'Europe (1911).

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